sexta-feira, 21 de maio de 2021

Temos mais espaço para zumbis na cultura pop?

 Escrito por Bruno Boldrin

        Na semana de lançamento de Army of the Dead, filme dirigido por Zack Snyder (Liga da Justiça e 300), a Netflix liberou o trailer de Resident Evil: Infinite Darkness, a série animada em CGI foi anunciada em agosto de 2020, na época a Netflix havia anunciado que tinha planos para um reboot dos filmes em live-action chamado de “Welcome to Raccoon City”, adaptando os primeiros 2 jogos da franquia, e uma série em CGI, que nesta semana revelou seu lançamento, programado para 8 de julho de 2021 e contam com Leon Kennedy e Claire Redfield como protagonistas até o momento.

        A questão é, será que ainda existe espaço para essa formula?


        Não é de hoje, que os vínculos de entretenimento vêm ganhando rios de dinheiros com os monstrengos. São livros, filmes, séries, jogos, card games, fantasias, eventos inteiros como parques temáticos, totalmente voltados para o assunto. A formula quase certa de dinheiro, mas nem tanto de sucesso deu uma respirada nos últimos anos, mas ainda sim parece que ainda é difícil se destacar quando o assunto é trazer os mortos de volta. (piadoca logo no começo pra vocês)

        A indústria pop sempre teve tendências em seus meios, se um filme tiver um destaque por se destacar em algo, normalmente esse assunto ou plot será usado até serem esgotados. Ultimamente tivemos o exemplo do plot de “desconstrução de heróis”, não é algo totalmente novo, algumas revistas em quadrinhos trabalhavam roteiros dessa maneira a bastante tempo, mas com a chegada de The Boys em julho de 2019, criou uma tendência de outros vínculos em quererem explorar o conceito, com isso recebemos outras adaptações ou novas criações do mesmo assunto, o que podemos dizer que não é ruim.

        Invencível; O Legado de Júpiter; Power, todas elas apesar de estarem tratando da “desconstrução de heróis” elas estão explorando universos e histórias diferentes, apesar de parecidas elas são totalmente diferentes. A questão é que esse tema é consideravelmente novo, com muita coisa histórias e assuntos para serem tratados e abordados ainda... Agora quando falamos de zumbis, estamos falando de um tema que vem sendo utilizado pela indústria a décadas, e ultimamente os filmes mais especificamente, não vem conseguindo seu um destaque a tempos.

        A última atração que caiu na graça do público foi o lançamento de “The Walking Dead” lá em 2010, fazendo com que a outros vínculos fizessem de tudo para entrarem no meio do trem do hype, com isso até mesmo a indústria de vídeo games nos próximos anos foi saturada com inúmeros conteúdos de zumbis que muitas vezes eram produções meia boca, que tentavam ganhar seu espaço. A questão é que The Walking Dead não criou o gênero de zumbis, e nem foi o primeiro a adaptar algo no tema. No fim, o que fez com que o público voltasse ao com todo alvoroço atrás do tema de novo?

        O que deu o destaque a The Walking Dead não foi o gênero em si, mas como ele é abordado. Em 2002, “Resident Evil e o hospede maldito”, chegava aos cinemas. E trouxe um calor para um público jovem da época que muitas vezes não conheciam os jogos, e que estavam carentes do gênero.

        Os filmes de Resident Evil, não eram boas adaptações dos jogos, não eram bons filmes independentes por si só... Com um roteiro fraco, cheio de furos e interpretações dignas de um lanche e um refrigerante como pagamento, como o filme conseguiu ganhar tanto público na época? 

        A questão foi que Resident Evil, trouxe de volta aos cinemas um gênero que estava “no freezer” a um bom tempo, sem ideias para ganhar seu espaço. Além de tudo o filme tomou do cálice de outras franquias que estavam ganhando seus destaques. As cenas de ação contavam com um toque de “Matrix”, além de carregar o nome de “Resident Evil” que na época já era um nome de referência nos vídeos games, porém sem força em outras mídias.

        Com o tempo, tanto a franquia de jogos quanto a de filmes, acabou se desgastando, mas continuaram lançando seus produtos. Nos filmes, com o tempo além de Matrix, os longas tentaram (sem sucesso) beber das fontes de Anjos da Noite, os fãs que cresceram acabaram deixando a franquia de lado e percebendo que o gore e as cenas de ação do filme só eram boas nas memórias. E acabou que chegou a hora de se reinventar de alguma maneira.

        Em janeiro de 2005, a Capcom, entendeu que depois de inúmeros jogos da franquia, não só o roteiro e o gênero, mas as ferramentas do jogo em si estavam ficando datadas, e repetitivas. Ganhar os fãs em 1996 era bem mais simples, sem nenhum outro título de peso para que os fãs pudessem comparar, acabou que o jogo ganha seu espaço e dita as regras do gênero como pioneiro, agora quase 10 anos depois, a Capcom apostava em novas ferramentas e novas abordagens para a franquia.

        Finalmente abandonando o plot do C-Virus e todo a temática de zumbis de lado, o jogo explorava mais elementos de “horror shooter”,  apostando mais em um jogo de ação, a onde o jogador mais atirava do que resolvia os quebra-cabeças, porém ainda tentando manter um visual de “terror”, porem em uma abordagem diferente.

        O desenvolvimento do jogo foi tão diferente dos seus anteriores, que acabou dando à luz a franquia Devil May Cry, a questão foi que o jogo agora bebia muito da franquia dos filmes, porém ainda sim com um toque de animes, principalmente nas cutscenes. Leon agora era um protagonista muito mais badass do que o antigo Leon que foi mostrado anos atrás em Resident Evil 2.

        Apesar dos desvios entre os filmes e jogos, as animações independentes de Resident Evil, sempre traziam os zumbis e inimigos clássicos de volta. Porem apesar de tudo, nunca conseguiam seu espaço... Além dos roteiros bem genéricos, cenas de ações bem galhofas, algumas por serem extremamente exageradas, outras por sua coreografia horrorosa, as animações eram pra um público muito especifico, então já sabendo do histórico de conteúdo de Resident Evil, o que podemos esperar de Infinite Darkness? Agora com um desenvolvimento feito pela Netflix.

        A Netflix agora tem uma missão um tanto quanto complicada, muito mais dinheiro está envolvido na produção, e tendo em mente que o público que será atingido será muito maior, com isso vem muito mais as cobranças.

        Sendo uma “série animada” tudo dá a entender que teremos um enredo desenvolvido com mais calma, talvez com um toque e conspiração entre o governo e a Umbrella Corporation. Mas ainda assim, os fãs tem que ter em mente que Resident Evil é um produto de origem asiática, e não um produto do ocidente. As escolhas de cenas, coreografias, desenvolvimento e ritmo do roteiro de Resident Evil Infinite Darkness, com certeza, será mais próximo com o de um anime, do que um filme investigativo do Tom Clancy por exemplo. A questão é como o público, nas Américas e Europa irão receber o filme, e como a Netflix fara para conseguir seu destaque nesse meio.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

O Efeito Avatar - a ascensão e a queda do 3D

Texto escrito por Charles Oliveira


Calma, eu sei que de inicio irão ter vários termos específicos mas, pega na minha mão e vem comigo.

Quando você esta assistindo a qualquer coisa no seu computador, no seu celular ou na sua TV, o que é menos notável de se criticar é se o filme esta propondo a devida profundidade de suas cenas. Pois o maior motivo disso é que você esta vendo um filme em uma perspectiva plana. O mesmo vale quando você vai ao cinema: quando você entra na sala e o filme esta sendo projetado na tela, não importa o ângulo que você sente, a sensação de perspectiva será a mesma pois, o filme esta sendo exibido em uma tela plana.

Agora, para um filme 3D, a ideia é diferente. Em teoria, a funcionalidade do 3D é proporcionar a sensação de tridimensionalidade em uma imagem chapada, por conta de uma técnica de três contornos em uma imagem. Por isso, se utilizava aqueles clássicos óculos com as lentes azul e vermelho, para com que imagens contornadas (ou sobrepostas), enganasse o sistema ótico das pessoas para com que uma imagem chapada oferecesse a sensação de tridimensionalidade. 

Muito técnico para um inicio de texto, eu sei, mas vamos continuando...



Antigamente, esse conceito de filmes eram utilizados em vários filmes de ficção cientifica como "It Came From Outer Space" de 1953, que é considerado como um grande clássico "trash" da ficção cientifica. Porem, quase 60 anos, após o primeiro filme citado ser lançado, essa tecnologia foi aperfeiçoada para o entretenimento audiovisual. 

No meio deste caminho, houveram alguns filmes que tentaram utilizar do 3D para atrair o publico para uma nova experiência nos cinemas mas, nada passava de uma pura forçada de perspectiva em momentos que não eram próprios para o 3D estar em uso. Um grande exemplo que posso trazer para vocês é o filme "Pequenos Espiões 3-D" que, basicamente, o filme pode ser resumido com a imagem abaixo:

Em resumo, o 3D nos cinemas eram uma tecnologia que era utilizada como uma ferramenta para enfeitar filmes rasos. Haviam alguns filmes que eram foras da curva como "O Expresso Polar" ou  "A Casa Monstro" que "funcionavam", mas que você sentia que o filme não era feito propriamente para ser visto em 3D. No fim, não existia o escopo para filmes que fazem sucesso de bilheteria utilizarem o 3D, pois ninguém fazer alguma coisa especificamente para aquela tecnologia ultrapassada... até que Avatar entrou em cena.

Avatar foi visualmente impressionante em 2009, porque ele foi feito explicitamente com esse propósito: utilizar o 3D. Talvez, você ache que ele seja somente um apanhado de clichês do "soldado americano ficando com a jovem do povo nativo" e está tudo bem. Só que você tem que concordar que Avatar foi inovador. Porque? Por que ele foi feito para ser assim. Ele foi feito para ser inovador em película, da mesma forma que 10 anos depois, "Projeto Gemini" quis ser com os 120 frames na projeção. Foi feito para ser inovador na forma clássica de consumir filmes. Foi feito para ser inovador dentro do novo meio de consumo de filmes. E foi feito para ser inovador ao ser visto em 3D.

Esse é o motivo do 3D ter funcionado.

O ambiente do cinema mudou de tamanha forma, que fez com que muitas televisões, DVD e blu-ray players e alguns jogos fossem lançados também com essa tecnologia. Até mesmo, a mais conservadora de todas as empresas de jogos, a Nintendo, lançou o seu portátil com o 3D. Todo mundo queria aproveitar o buzz que o filme Avatar ofereceu com o seu lançamento. 

De 2010 para frente, para muitos estúdios, mesmo que eles não assumam, o grande ideal era mudar a ideia de que "não existia o escopo para filmes que fazem sucesso de bilheteria utilizarem o 3D". Por conta da bilheteria que Avatar arrecadou para a 20th Century Fox, o ideal era lançar filmes em 3D. 

Depois de Avatar, foi extremamente difícil de achar filmes que tentassem criar algo com o 3D e que não fossem mais um filme "Sharkboy e Lavagirl" da vida - que forçam a perspectiva, balançando os braços na sua frente, ou que claramente o filme foi filmado em película ou em digital para depois ser convertido para o 3D. Filmes como "Fúria de Titãs" (2010), "Tron: O Legado" (2010), "A Lenda dos Guardiões" (2010) e "Transformers: O Lado Oculto da Lua" (2011) entraram na locomotiva dos filmes em 3D. Até mesmo o filmes da Marvel Studios passaram a serem lançados em 3D, depois do lançamento do primeiro filme do Thor, em 2011.


Filmes como (da e/d) Lenda dos Guardiões, Furia de Titãs, Tron: O Legado e Transformers: O Lado Oculto da Lua, sofreram do efeito "Avatar".


A ideia é que, na média que o tempo foi passando, mais e mais filmes flertavam com o 3D, chegando no ápice de 25% das salas de cinemas*, serem obrigatoriamente montadas para funcionar com uma exibição em 3D. Tudo isso, por conta do que podemos chamar de Efeito Avatar, que causou no mundo dos cinemas. Tudo isso, para conseguir atrair mais publico para o cinema. Esse efeito criou uma bolha tão grande entre 2010 e 2015, que até o diretor Martin Scorsese filmou a adaptação da obra "A Invenção de Hugo Cabret" de 2011, em 3D, onde para ele "os atores eram mais abertos emocionalmente" segundo uma antiga entrevista

Mas, igual a toda bolha, ela acaba tendo que estourar. 

Essa quantia massiva de filmes que eram lançados em 3D, encareceram mais ainda os ingressos para os cinemas e geraram uma saturação excessiva de filmes que somente eram lançados em 3D para lucrar mais com as bilheterias. Com isso, o publico começou a cansar dessa "inovação" e a audiência para filmes em 3D começou a cair mais e mais. Em 2017, a IMAX chegou a anunciar que o 3D não era mais um padrão para eles, já que o publico norte-americano havia parado de frequentar as sessões em 3D. 

E, de fato, o publico realmente cansou de assistir filmes em 3D porque (por experiência própria) a vista cansava, os filmes haviam horas que eram extremamente escuros, haviam momentos que a legenda embaçava do nada ou simplesmente, aquele filme não tinha NADA de 3D ali.

Depois do estouro dessa bolha, menos filmes eram lançados em 3D. Pouquíssimos eram gravados direto em 3D, enquanto a maioria eram convertidos na pós-produção. Até o fim de 2019, o único filme notório que foi lançado para 3D, foi a ultima parte da saga Star Wars. De dezenas de filmes blockbuster no inicio da década, o 3D foi resumido em um único filme no fim da década. 

E, com a chegada da pandemia, creio que isso foi a ultima pá de terra para a queda do 3D. 

De fato, no inicio, os filmes em 3D eram de encher os olhos, pois eles eram feitos para explorar a tecnologia sem ser uma coisa extremamente forçada. Era um "revival" de um efeito muito explorado em décadas passadas nos cinemas, conforme exemplifiquei antes, mas essa saturação por conta desse Efeito Avatar, acabou com o tal "revival" do 3D. Os filmes estavam voltando a fazer os mesmos feitos que o "Pequenos Espiões 3D" fizeram: forçar desnecessariamente a perspectiva. 

E, sinceramente, mesmo com o lançamento de Avatar 2 em breve, não acredito que o 3D voltara com a mesma forma que teve em 2010. 



Nota da redação*: a porcentagem utilizada no texto, seguiu em base as salas de cinemas que haviam na cidade de Araraquara, São Paulo; onde o autor do texto mora.

domingo, 9 de maio de 2021

Foi horrível, Nota 10: The Promised Neverland

Texto escrito por Pedro Terasso


        Olá a todos, acho que essa é oficialmente a primeira vez que eu começo um texto sem dizer que vou falar da melhor coisa do mundo. The Promised Neverland não é o melhor anime do mundo, na minha opinião ele está até relativamente longe disso, mas ele com certeza é um dos destaques da nova geração e definitivamente merece ser citado aqui.

        O anime estreou sua primeira temporada em 2019 e foi logo de cara um sucesso de audiência, a história é extremamente cativante e pelo menos a primeira temporada foi quase que perfeitamente adaptada.

        Eu vou tentar pegar leve com os spoilers, mas já adianto que citarei alguns, principalmente pra falar do plot principal da série.



        A história é protagonizada por três personagens: Emma, Ray e Norman, que vivem em uma espécie de orfanato isolado do mundo, aguardando o esperado dia da adoção. Quase que por acidente, Emma e Norman acabam descobrindo que todas as crianças que vivem ali, incluindo eles mesmos, estão sendo criados como carne pra abate para alguns seres que se assemelham a demônios. Nenhuma criança tinha ficado na casa depois do seu aniversário de 12 anos, todas elas eram “adotadas” antes disso.

        E a partir desse momento Emma e Norman começam a traçar um plano de fuga daquele lugar, junto com todas as crianças. O plano que deveria ser secreto acaba sendo descoberto por Ray que se junta ao grupo apesar de ter opiniões divergentes as da Emma sobre o plano de fuga ideal

        Depois disso, é revelado ao público que o trio protagonista é composto por gênios e essa era a razão pela qual os três, aos 11 anos de idade, não tinham sido “adotados” ainda. Crianças inteligentes são apreciadas pelos demônios, então quando uma desse tipo aparece, ela deve ser maturada até o dia de seu décimo segundo aniversário e com base nessas informações e padrões das regras da casa, Emma, Ray e Norman começam a se organizar. Eu vou reter os detalhes do resto da história porque eu quero que você, leitor, dê uma chance ao anime. 



        The Promised Neverland é repleto de reviravoltas extremamente surpreendentes dentro dos 12 episódios. Eu te garanto que pelo menos um choque é recebido em cada um deles. Eu particularmente sou uma pessoa que tem o costume de assistir obras e animes que envolvam planos e personagens super inteligentes, então depois de anos vendo isso eu achei que tinha visto de tudo e nada mais me surpreenderia, mas eu estava errado. Esse anime derreteu minha cabeça muitas e muitas vezes, fez com que eu me sentisse burro, fez com que eu me colocasse no lugar daquelas crianças e tivesse a certeza de que eu não escaparia. Os meninos, Norman e Ray, te mostram visões completamente absurdas de planos e projetos que eles montam que são capazes de te deixar literalmente boquiaberto e a Emma apesar de ser mais emotiva e impulsiva não fica muito pra trás em termos de inteligência. Eles são o trio perfeito e é por isso que tudo flui tão bem com o plano deles.

        Eu não sou a pessoa que vai te contar se o plano funciona ou não, se eles conseguem a fuga ou quais deles conseguem a fuga, mas eu realmente recomendo que você assista. Ele é curtinho, eu mesmo vi em uma noite só (outro ótimo sinal de qualidade, já que eu posso garantir que eu não faço isso com um anime desde 2014), ele está com a primeira temporada completa disponível na Netflix e deve ficar lá por mais algum tempo, afinal mesmo dois anos depois do seu lançamento, The Promised Neverland ainda é retém um alto índice de audiência e relevância.

        Eu vou citar alguns pontos altos e baixos agora pra ajudar vocês a ponderarem se vão assistir ou não, apesar da minha clara recomendação acima.

        Os personagens são magníficos, além dos 3 principais outros 3 personagens acabam envolvidos diretamente com o plano inicial e apesar de não serem grandes masterminds como o trio protagonista, eles são igualmente cativantes.

        O anime é extremamente misterioso, literalmente todo episódio termina com aquele gosto de: “Meu Deus, eu preciso saber o desfecho disso”. E mesmo depois do final da primeira temporada, você termina com esse gosto.

        As reviravoltas são impressionantes. Eu já falei disso lá em cima mas eu vou tornar a repetir, chega a ser um absurdo o desenrolar dos planos e dos contra planos da “Mama” (Adulta responsável pela fazenda de abate onde vivem os protagonistas). Tudo parece um grande tabuleiro de xadrez, mas com peças humanas e uma carga emocional capaz de derrubar qualquer um.




        E por falar em carga emocional, isso esse anime entende. Não espere lutas, poderes ou qualquer coisa desse tipo pois não tem. O anime foca muito mais na questão emocional e mental do processo todo e faz isso com uma maestria que eu vi em poucos outros animes como HunterXHunter. Tem um episódio em específico que me obrigou a fazer uma pausa de quase 30 minutos depois de assistir, porque eu simplesmente não conseguia parar de chorar. Fazia muito tempo que eu não me emocionava assim com um anime.

        Já nos pontos negativos: Tudo é muito lúdico, é difícil acreditar que aquele cenário seja possível de alguma maneira. Claro que a ideia do anime é realmente mostrar cenários distópicos e longe da realidade. Mas até quando você tenta fazer alguma analogia ou metáfora, fica difícil de se localizar.

        A maior qualidade dos personagens acaba se tornando o maior defeito. Não é exatamente um problema pra mim que uma história de ficção fuja completamente da realidade, mas pra quem gosta de algumas pitadas de realidade, o problema acima e esse aqui vão ser um tanto complicados. É difícil acreditar que 3 crianças com 11 anos bolam planos tão mirabolantes de perfeitos quanto os que eles fazem. Com 11 anos eu corria na rua com pedaços de pau brincando de espada com meus amigos.

        A falta de respostas fixas também se torna um problema no final. Provavelmente com a intenção de instigar as pessoas a buscarem pela segunda temporada ou lerem o mangá, o anime acaba retendo alguns desfechos e isso não seria um problema se a segunda temporada não fosse um fiasco completo, eu vou entrar em detalhes sobre isso logo abaixo mas só pra concluir esse ponto: Faltam fechamentos de ciclos nessa primeira temporada e isso é um tanto incômodo, ainda mais pra gente como eu, que não se deu ao trabalho de ver a segunda. 

        A segunda temporada, em si, sofreu bastante hate do público que aguardava ansiosamente por ela depois da primeira ter sido espetacular. As maiores críticas envolvem a falta de adaptação de alguns momentos importantes e o tempo de história. A primeira temporada adaptou 37 capítulos do mangá em 12 episódios, enquanto a segunda adaptou os 144 capítulos restantes em 11 episódios e isso resultou em uma história corrida, mal contada e mal resolvida. Ocasionando bastante ira nos amantes da saga e com razão.

E com base em tudo isso, quais são minhas conclusões finais? Eu recomendo com todas as letras a primeira temporada, vale muito a pena assistir, é uma experiência pesada e exaustiva e você vai sair de lá completamente descrente e acabado, mas com certeza uma nota 10 deve ser atribuída. Quanto a curiosidade de saber os desfechos? Faça como recomendam, ignore a temporada dois e leia o mangá.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Discord fecha parceria com a Playstation

Noticia por Charles Oliveira

Mal começou a semana e já temos uma noticia bombástica em mãos. Na tarde de segunda (03), a Playstation anunciou uma parceria com o serviço de comunicação Discord. 



Através do seu artigo no blog da Sony Interactive, Jim Ryan anunciou que essa parceria já estava sendo trabalhada há algum tempo, para ser integrado nos serviços sociais da Playstation Network. Segundo o próprio Ryan, a aquisição de ações minoritárias dos investimentos do Discord "é uma forma de aproximar mais ainda as pessoas que jogam no Playstation, com aqueles que usam o aplicativo do Discord pelo celular ou pelo PC". No ano passado, o Discord encerrou o ano fiscal tendo levantado um valor capital de US$ 100 milhões e uma valorização de US$ 7 bilhões.

Segundo o artigo no blog, essa novidade chegara para os usuários do console nos próximos meses, mas a previsão da chegada é para 2022. 

Não é a primeira vez que o serviço entrava na mira dos jogadores de console, até porque em Março, havia saído a noticia de que a Microsoft - dona do XBOX - estava negociando pela aquisição do serviço, no valor de US$ 10 bilhões. Mas, no inicio de Abril, o Discord anunciou que havia interrompido as negociações com a Microsoft, que estavam bem próximas de serem concluídas - conforme foi noticiado pelo Wall Street Journal. Na época, o pronunciamento por parte do Discord era de que o serviço estava funcionando bem e eles gostariam de continuar independentes.