quinta-feira, 29 de abril de 2021

Godzilla vs. Kong (crítica com spoilers)

Uma critica escrita por Charles Oliveira



    Godzilla vs. Kong é uma espécie de evento. Ele funciona exatamente como uma season finale de uma série iniciada em Godzilla de 2014. E, por se passar dentro deste universo, o ritmo do filme é bem similar aos primeiros filmes, o que, honestamente, pode ser visto como um lado negativo pois todo o ritmo que envolve os humanos são todos compostos de teorias, fanatismos tecnológicos e, uma burocracia extraordinária. Pelo menos, dentro deste lado ruim, somos recompensados com as cenas de interação com o Kong e a menina, através da linguagem de sinais. Isso demonstra o quanto o Kong é inteligente, logo de cara, caso você não tenha visto ao filme Skull Island. 

    E é interessante que de início, o filme demonstra que há lados que defendem os Titãs, há lados que só querem preservar a vida da espécie Titã e a humana, e o Lado que somente quer o caos. E dentro desse lado que quer defender os Titãs entra a parte das conspirações, onde mostra que o personagem do Bryan Tyree Henry é um podcaster conspirador a favor dos Titãs, tanto que ele estava dentro do complexo da Apex no momento do "suposto" ataque do Godzilla. E nisso, temos a ligação com a personagem da Millie Bobby Brown que, por conta dos eventos do último filme, não acredita na incriminação de Godzilla e vai atrás de ajudar o podcaster a defender o Godzilla.

    O "legal" do filme é que a evolução tecnológica das empresas, são completamente sem ligação com nada e, a sensação é que a cada dia que se passa, os filmes do universo de monstros da Legendary Pictures, se liga cada vez mais com o universo de Pacific Rim. Terra oca, o trono do Kong próximo ao eixo gravitacional do planeta, a viagem rápida dos EUA para Hong Kong e o link cerebral de um piloto para o Mechagodzilla, TUDO ISSO mostra o quão próximo estamos de Kong e Godzilla vs os Kaijuus de Pacific Rim. E são, somente, nesses pouquíssimos momentos que esse núcleo mencionado antes aparece, pois a medida que o filme passa, o foco fica mais no núcleo humano do Kong, do que no núcleo humano do Godzilla.



    O ponto principal do filme são as lutas. Ao todo, são cerca de 3 lutas entre os monstros. Com menos de 40 minutos de filme já somos brindados com as melhores partes, que são as brigas dos kaijuus. A luta em cima dos navios, é muito maior do que o trailer conseguiu vender e isso é um ponto chave. Podem dizer o que for, mas a primeira briga é maravilhosa e, ela é a única coisa que salva o filme. E, por se passar no terreno que Godzilla tem mais vantagem, o Kong sai derrotado. 

    Já na segunda luta, nós temos toda uma construção. O filme estabelece que agora, Kong de fato detém o seu título de rei por chegar no centro da terra e ter encontrado o seu trono. Lá, o filme mostra que o rei tem um machado com uma energia bem similar com a energia plasmática que o Godzilla emite. Então, ao recarregar a energia do machado, Godzilla sente isso, abrindo um buraco para o centro da Terra bem no meio de Hong Kong. Expliquei tudo isso, pois (mesmo que tudo isso seja uma loucura) mostra todo o cenário em que nós encontramos: Para Kong poder reinar, Godzilla precisa estar morto. E nisso temos a segunda luta entre os dois, que resulta numa vantagem terrestre de Kong sobre o Godzilla. 

    Ao longo do filme, novamente fica a sensação de que Godzilla vs Kong, era uma espécie de Kong 2, é muito grande pelo fato de termos muito mais desenvolvimento de Kong do que o de Godzilla, que tá ali para limpar o seu nome e destruir as pesquisas da tal Apex para não haver nada similar a ele. Mas, nesse cenário, Godzilla sai derrotado.

Os núcleos humanos que compõem os momentos solos com os monstros.
Crédito: Warner/Divulgação

    As duas lutas, que constroem todo um ápice para a luta final, são belíssimas de ser ver e o filme chega a passar o ar de filme de super-herói (e depois que você assiste o filme, fica completamente explicito que ele quer passar esse ar); mas a chegada do Mechagodzilla para a luta final é um tremendo banho de agua fria. De uma hora para a outra, o filme fica completamente acelerado e a luta final deu a mesma sensação de "questionamento da vida" que senti vendo o filme do Quarteto Fantástico de 2015. Por conta dessa aceleração, o filme parece que enrola todo e simplesmente, acaba.

    Como disse no começo, Godzilla vs Kong é uma espécie de evento, uma season finale para a saga que se iniciou com o filme de 2014 que quer passar um ar de super-herói. O filme é literalmente tudo isso misturado, além da brigas entre dois grandes monstros dos cinemas (e o ritmo que cada um dos monstros trouxe de seus filmes solo), com a inclusão de um núcleo de atores e atrizes famosos. Tudo isso, dentro de um filme de menos de duas horas. Sinceramente, o resultado final disso é um filme confuso que não sabe definir um ritmo.

Nota: ★✩✩✩✩

Godzilla vs. Kong (EUA, lançado nos Estados Unidos no dia 31 de Março de 2021 e lançado no Brasil no dia 29 de Abril de 2021) é um filme com o elenco formado por Alexander Skarsgard, Millie Bobby Brown, Rebecca Hall, Eiza Gonzalez e Bryan Tyree Henry. Roteiro de Eric Pearson, trilha sonora por Junkie XL e direção de Adam Wingard. Sua duração final é de 105 minutos (ou uma hora e quarenta e cinco minutos).

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