Uma critica escrita por Bruno Boldrin
Arthur, Excalibur, Merlin, Lancelot, todo mundo pelo menos uma vez, já viu alguma adaptação das histórias. Uma das crônicas mais antigas e influentes na cultura pop e literatura pelo mundo inteiro. Com várias adaptações, narrativas e versões diferentes. Arthur foi também alvo de dúvidas sobre o que poderia ser duvidoso. Sobre o que de fato aconteceu na história, e o que são contos.
Bom... (in)felizmente estamos aqui para falar de “Crônicas de Arthur”, uma saga de 3 livros, escritas por Bernard Cornwell, muito conhecido por “Crônicas Saxônicas” e “A busca do Graal”.
Talvez uma das coisas mais difíceis de se fazer, em relação a livros, filmes ou qualquer obra, que já tenha sido contada e recontada. É encontrar seu caminho para se manter original, único e ainda surpreender o leitor com a história. Bernard Cornwell fez isso com tanta maestria que facilmente eu aponto como a melhor adaptação para as histórias de Arthur.
As historias de Arthur, sempre foram rodeadas por magias, histórias mirabolantes, traições, armaduras brilhantes, os contos sempre tratavam Arthur e toda a Távola Redonda como a "
Liga da Justiça" dos cavaleiros e Arthur como o seu Superman, de certa forma. Todos lutavam por justiça e grandezas, isso em geral teve alguma alteração, algumas drasticas e outras sutis, mas no fim... Qual era a proposta de Cornwell com sua representação de Arthur?
Cornwell, apostou em uma dinâmica um tanto quanto diferente com seus livros. Oque Cornwell fez foi tentar trazer o máximo de realismo possível dentro dos livros, e usar elementos para flertar com conceito de magia, deuses e tudo mais.
A história é narrada por Derfel Gadarn, um dos cavaleiros de Arthur, que cresceu o vendo como um exemplo, viu sua gloria e queda durante as décadas, e adotado de Merlin quando criança.
E falando em Merlin esse é um dos melhores pontos dos livros, se perguntam como introduzir Merlin a um mundo desses, se por ser realista logo a magia não existe?
A questão é que nunca vemos de fato Merlin fazendo magia, sempre temos uma perspectiva primeiro de que nos dá a acreditar que o que aconteceu é um feito de Merlin, e depois ele te entrega alguns pontos que explicam como as coisas ocorreram, e falando em realista, estamos tratando de uma época aonde muito do que se dizia ou ouvia era distorcido para o que melhor se encaixava na interpretação das pessoas, isso por religião, “magia”, e até mesmo ocorridos, por exemplo, a de como as histórias diziam que Arthur tinha tirado Excalibur de uma pedra, e como existia uma aura magica sobe ela, todos esses tipos de especulações e teorias, vindo de uma época onde as pessoas acreditavam que tudo que não tinha explicação era algo sobrenatural, como as igrejas e outros poderes faziam como forma de manipulação ou as vezes pura estupidez.
Durante o livro, Derfel explica que muito do que tinha sido escrito, contos e tudo mais eram muitas vezes potencializados para melhor ou pior dependendo do que o autor queria que ele ouvisse de Arthur, ele (Derfer) agora velho, está traduzindo os pergaminhos da história de Arthur para a língua dos Saxões, escondido para sua rainha, isso porque ele poderia ser penalizado, já que agora trabalhando para a igreja, Arthur era considerado um “inimigo de Deus”.
Os personagens voltam praticamente todos, com suas características potencializadas. Lancelot, agora era irmão do bastardo Galahad. Em quanto tínhamos Galahad, fazendo o papel do cristão bem humorado, e que acima de tudo respeitava valores e suas amizades acima de tudo. Tínhamos Lancelot, que ganhava títulos de batalha sem nem ao menos participar delas, mostrando como o fato de alguém vestir uma armadura bonita e ficar no fundo das batalhas, só se precisavam de alguns bardos para escreverem histórias de como Lancelot ganhava batalhas que na verdade foram lutadas por seus homens, sem nem ao menos descer de seu cavalo ao fundo da batalha.
Cornwell encontrou uma maneira de espremer o pouquíssimo conteúdo histórico real que temos sobre Arthur, e teceu uma das melhores sagas da história sobre o personagem, em batalhas, desenvolvimento de personagens e muito mais.
Com isso fica a recomendação dos livros incríveis de Cornwell.
Nota: ★★★★★
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