Entenda como a hashtag surgiu, e o que causou a revolta dos jogadores em relação a plataforma.
Escrito por Bruno Boldrin
A lógica da "conversão direta do dólar" não basta para uma marca com o peso que o @PlayStation_BR tem aqui.
— PH Brazil (@phluttilippe) July 1, 2021
De que adianta localizar jogos se os preços também não são localizados para a realidade local?
Líder de mercado precisa liderar.#PlaystationLowerPrices #JogarTemLimites pic.twitter.com/hSQweUoR2c
Entre os dias 30 de junho e 1 de julho, usuários subiram a hashtag no Twitter “PlaystationLowerPrices”, traduzido literalmente “Playstation abaixe os preços”. A situação dos preços dos jogos no Brasil já vem tomando grandes proporções e discussões a alguns anos.
O que causou com que os usuários subissem a hashtag, foi o reajuste feito pela plataforma da PSN na, e justo disso o anuncio de Ghost of Tsushima: Director’s cut.
O jogo tem previsão para chegar no dia 20 de agosto para PS4 e PS5. O Director’s Cut já pode ser adquirido nos consoles, e é possível pagar por um upgrade da versão de PS4 para PS5, é foi um dos pontos que trouxe à tona tudo isso.
O Upgrade é vendido no valor de USD $19,99 (dólares americanos), e no Brasil o upgrade chegou no valor de R$55,00, e o jogo mais a expansão chega no valor de R$349,90 para PS5, e vendido a USD $69,99, a versão do PS4 de USD $59,99, chega por R$299,90, e com o anuncio dos preços, seguiu com inúmeras queixas dos jogadores em relação ao reajuste dos preços ao Brasil em relação plataforma.
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| Comparativo feito pelo usuário @HyKirley no seu perfil no Twitter |
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| Comparativo feito pelo usuário @2_fanboys no seu perfil no Twitter |
Jogadores começaram a compara o preço dos jogos vendidos na PSN com as versões vendidas pela Microsoft Store. Alguns usuários chegaram a entrar em contato com o suporte da Playstation para questionar a precificação dos produtos na plataforma.
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| Em uma sequencia de tweets, o usuário @denossh mostrou a resposta da própria Sony sobre o aumento dos preços aqui no pais |
Os jogadores questionando a precificação dos produtos, e em defesa o suporte respondeu dizendo que os preços são atualizados pelos próprios desenvolvedores.
Porem, a conta oficial no Twitter do game “Kaze and the wild Masks”, quando questionado por alguns usuários, contou que a alteração do preço é mais complicada que se parece, principalmente quando se trata de desenvolvedoras independentes, fazendo com que, sem a representação local da empresa, precise contratar uma empresa de terceiros para poder adaptar os preços para a região, e acertar a margem de lucro da empresa em relação a moeda local, impostos e além de tudo a margem de lucro das plataformas que vão publicá-los.
Normalmente jogos “AAA”, ou seja, jogos desenvolvidos com grandes orçamentos e franquias já glorificadas, como Tomb Raider, Gears of War, God of War, etc... Trabalham com um preço estabelecido nos EUA de em média a USD $60,00 ou USD $70,00 dólares, o que na cotação do real já seria cerca de R$350, caso fosse feito com a conversão direta em relação a nossa moeda. Porém além do problema da nossa moeda, temos duas outras variantes dos preços que são importantes.
Em uma entrevista ao programa Flow, a galera do First Phoenix Studio (desenvolvedores do game R.I.O. - Raised in Oblivion) em julho de 2020, contou que no contrato para poder levar os jogos as plataformas de vendas, parte do valor vai para a biblioteca e dos impostos do país. Cerca de 25% do valor do produto vai para a Steam, e cerca de 30% do imposto, o que faz com que as empresas, na hora de adaptar o valor para o mercado Brasileiro, tenha que cortar a margem de lucro do jogador.
Ou seja, a PSN, pode não alterar o valor dos jogos em sí, mas pode alterar as margens de vendas ou de contratos para postar seus produtos.
Essa margem acaba sendo um tanto problemática, com poucas plataformas para a venda dos produtos, as desenvolvedoras acabam ficando com mãos atadas para negociar margem e valores. Esse foi o motivo da Epic games nos últimos anos ter conseguido tirar muitos dos jogos da loja da Steam.
As empresas que tinham que vender seus produtos com a fatia de 25% – 30% do valor para a Steam, encontrou do dia pra noite um corte de apenas 12% em relação a Steam na vizinha Epic Store.
A empresa ainda faz questão de destacar as porcentagens de lucros dos seus desenvolvedores que optam a por escolher sua loja para vender seus títulos.



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