Oi,
sou eu de novo! Dessa vez vim espalhar a palavra sobre o meu filme favorito:
Boyhood.
Começarei contando logo de cara a minha experiência pessoal, afinal é tudo que tenho pra oferecer.
O ano é 2015, poucas semanas antes da páscoa. Nessa época eu não tinha o costume de sair durante dos finais de semana, mas adorava ficar acordado durante a madrugada, então sempre estava procurando coisas novas pra fazer na internet. Em uma dessas noites, enquanto eu rodava o catalogo do PopCorn Time, a capa de um filme me chamou a atenção.
Era uma capa simples, sem muitos detalhes, apenas um garotinho deitado na grama. Mas por algum motivo eu senti que deveria parar o que quer que eu estivesse fazendo pra assistir aquele filme.
Mas antes de começar a espalhar a palavra sobre o filme, eu preciso situar vocês, caso nunca tenham assistido.
Boyhood é um longa metragem lançado em 2014 que conta a história de vida do personagem Mason Evans Jr. (Ellar Coltrane) dos seus 6 aos 18 anos, dando ao público uma visão única sobre como se desenvolve uma vida. Diferente de tudo que vocês já viram.
O filme nasceu de uma ideia bem ambiciosa do
diretor Richard Linklater, que era filmar um Slice of Life durante 12 anos.
É isso mesmo, nada de troca de atores pra mostrar fases diferentes da história. Acompanhamos o crescimento de cada uma das crianças, acompanhando também o envelhecimento de cada um dos adultos. sentimos o tempo passar por nós enquanto o filme nos mostra referências incríveis de cada época, mesmo sendo essas muito sutis.
Eu já assisti esse filme mais de 6 vezes durante esses 4 anos, sendo a ultima delas no fim de Dezembro de 2018, e todas as vezes um novo sentimento vem dessa obra. E nunca um sentimento negativo, é como se eu aprendesse um pouco mais sobre a vida a cada vez que eu assistisse e eu acho que vale a pena contar algumas delas aqui.
Em 2015, na primeira vez que vi, eu senti inveja de Mason, de como a vida dele era incrível, legal e de como ele estava cercado de pessoas sensacionais. Eu quis ser Mason, sobreviver ao que ele sobreviveu, conquistar o que ele conquistou e acredito que isso foi algo que me pegou naquele ano. Boyhood era uma inspiração pra mim, era algo no qual eu poderia e deveria me espelhar.
Apos assistir algumas vezes, no ano de 2017 (eu não serei capaz de lembrar a data com exatidão), Boyhood me ajudou a passar por um momento de ira na minha vida, eu estava amaldiçoando a minha existência, e odiando como as coisas andavam ruins.
E esse filme me ajudou a lembrar que a vida é assim mesmo, que o seu caráter e o seu futuro são a combinação perfeita de cada momento da sua vida, seja ele bom ou ruim. não importa o quão ruim se esteja, eventualmente irá melhorar.
Porém, em 2018/2019, durante a ultima vez que assisti esse filme, inesperadamente foi quando tive a melhor das experiências que a obra poderia me proporcionar. Assim que terminei de assistir, notei que havia sido diferente das outras vezes, que dessa vez, eu não havia aprendido nada, que Boyhood não havia me tirado de nenhum buraco. Eu só estava feliz por ter acabado de ver meu filme favorito de novo. O efeito nostalgia estava latente entrando em meu cérebro.
Isso me deixou ligeiramente chateado, pois senti como se parte da magia do filme estivesse lentamente desaparecendo. Porém, após 2 semanas, quando eu havia acabado de voltar de viagem com alguns amigos, decidi tomar banho e enquanto ouvia música, e uma das músicas da trilha sonora de Boyhood (Hero –Family Of The Year, caso os leitores queiram sentir a vibe da musica) que começou a tocar da minha playlist e eu fui inundado por lembranças. Mas não lembranças do filme ou da vida do Mason, mas sim pelas minhas próprias. lembranças dessa viagem, lembranças de roles antigos, de amigos que eu perdi, dos amigos que ainda estavam ali, e naquele momento o clique da ultima vez que eu havia assistido chegou.
"Aquelas lembranças eram o meu aprendizado, elas estavam ali pra me mostrar que eu não precisava ser o Mason pra ter uma vida incrível, que eu não preciso me espelhar em ninguém pra ser alguém. Aquelas lembranças eram a minha vida incrível. Aqueles momentos eram o meu “Boyhood”. "
No fim das contas Boyhood é sobre isso. Não é um filme que vai te prender na cadeira com um mistério que te causa comichões até ser descoberto, ele não é um filme com cenas de ação que vão te tirar o fôlego.
Ele é um filme que vai te mostrar a vida como ela é, te fazer lembrar que o mundo é um lugar difícil, mas muito bom também, e que cada pessoa que passa pela nossa vida tem alguma coisa para nos mostrar, seja isso bom ou ruim.
Com certeza você vai se identificar com Mason em algum momento do filme. Pode ser que seja em algum dos tantos perrengues que o menino encara durante a vida, porém, pode ser que seja em algum dos momentos de glória também. Seja um ou outro, a vida é assim mesmo.
Digo
com tranquilidade que a melhor decisão do meu ano de 2015 foi assistir esse filme. Espero que você, leitor, dê uma
chance a ele.
Pode ser que você não goste mesmo, afinal, muita gente por aí que prefere filmes que as tirem-os de suas realidades, o que não tem nada de errado.
Pode ser que você não goste mesmo, afinal, muita gente por aí que prefere filmes que as tirem-os de suas realidades, o que não tem nada de errado.
Se
você for ao menos um pouquinho como eu, irá também descobrir um filme incrível,
que irá te proporcionar felicidade apenas por estar vivo.






