quarta-feira, 25 de março de 2020

Conheça The Witcher

Esse texto é um interessante guia para deixar você, nobre leitor, por dentro do vasto universo que tivemos acesso, com a chegada da série de "The Witcher", que será disponibilizado na Netflix. Sendo assim, aproveitei a oportunidade e convidei um nobre amigo meu, que adora esse universo. Originalmente um texto dividido em duas partes, esse primeiro texto servirá também como um complemento de um futuro vídeo em que comentaremos sobre "The Witcher 3: Wild Hunt" e as nossas expectativas para o futuro da série. 

Texto escrito e editado por Bruno Boldrin





Esse texto é para mostrar a você que nunca jogou, ou que não conhece o universo de The Witcher. Espero que goste.


Antes de qualquer coisa...

Reescrevi várias vezes esse texto, pois ao mesmo tempo em que queria me expressar sobre o universo adaptado de The Witcher e seus livros, decidi que não contarei nenhum spoiler sobre os jogos ou livros para que vocês vão atrás ao final de tudo.
(E, para que você sinta uma maior imersão, deixem essa trilha tocando enquanto leiam o texto...)




“On so-called witchers... Stray childen taught the ways of foul sorcery, their bodies mutated through blasphemous ritual. Sent to fight monsters though they could not distinguish good from evil. The flicker of humanity long extinguished within them.”






O QUE É UM WITCHER?

    Em uma definição rápida. “witchers” e "witchs" são diferentes no universo de The Witcher; basicamente, homens não “herdaram” os poderes de uma bruxa, ou seja, existem feiticeiros e magos homens, mas não “bruxos”; da mesma forma que não existem mulheres "Witchers".

    Os Witchers, são garotos levados para as escolas de bruxos, ainda quando pequenos, e treinados para serem matadores de monstros, sendo treinados fisicamente e mentalmente, além de precisarem passar por estudos extensivos de poções, e o conhecimento do bestiário - que, basicamente, é um livro do qual tem informações sobre os monstros, suas fraquezas e como mata-los. Existem 6 escolas de bruxo, cada um do qual carregam um medalhão indicando de qual escola os mesmos pertencem, sendo elas: a Escola do Lobo, a Escola do Gato, a Escola do Grifo, a Escola da Víbora, a Escola da Manticore e a Escola do Urso.

    As crianças, que são levadas como candidatas, passam por um treinamento intenso para se desenvolverem antes de passarem pelo ritual das ervas. Cerca de apenas 3 de 10 candidatos sobrevivem a este teste.

    O teste das ervas basicamente é usado para gerar as mutações de bruxo que entre elas também envolvem um aprimoramento do organismo, como:

·         Metabolismo super acelerado.

·         Melhor controle da respiração e folego a níveis sobre humanos.

·         Força e velocidades sobre humanas.

·        Aprimoramento do sistema imunológico.

·        “Olhos de víbora” ou “olhos de gato”; os Witchers desenvolvem uma pupila amarelada, que os dão privilegio de conseguir enxergar em praticamente completa escuridão e da mesma forma não serem ofuscados com grandes concentrações de luz, como a do próprio sol.

·         Sentidos aprimorados (reflexos, audição, etc...)

·        Um leve fator de cura.

·        Vida útil e juventude aumentada de maneira excepcional.

·       Habilidade de conjurar feitiços básicos, os chamados “sinais de bruxo” (Yrden, Quen, Igni, Axii, Aard).



Seguindo a ordem da imagem: "Yrden" - armadilha que imobiliza os inimigos; "Quen" - protege contra danos físicos; "Igni" - poder incendiário;  "Axii" - poder de causar confusões mentais, possibilitando controle mental; e "Aard" - que projeta uma onda telecinética que empurra, atordoa e até derruba, dependendo a intensidade e o tamanho do alvo. 

    E além de tudo, os Witchers se tornam estéreis, e tem seus sentimentos praticamente extinguidos. Sim, eles ainda podem sentir seus sentimentos, mas isso são em raras exceções; pois a intenção é torna-los menos suscetíveis a erros, medo, raiva ou felicidade. Quaisquer desses tipos de emoções são praticamente removidos dos Witchers na intenção de aperfeiçoa-los em combates, então não é que eles não sabem distinguir o bom de mal, porem matar monstros é um trabalho, e eles muito dificilmente sentem remorso em cobrar o pouco ouro de uma vila por matar seu monstro; dificilmente não sentem remorso por matar, não sentem pressão ou entram em desespero ao lutar com um lobisomem dentro do seu próprio covil. Mas, diante toda a mitologia de The Witcher, eles, ainda sim, podem acontecer de terem as suas emoções ativadas em algumas situações. Nos jogos, por exemplo, os momentos em que Geralt demostra os seus sentimentos acontecem em pouquíssimas ocasiões, na maioria das vezes esmagadora, é por Ciri, sua filha adotiva.



    São poucos os Witchers que sobrevivem sem sequelas (sim, pois mesmo sobrevivendo existe a chance dos testes gerarem sequelas como problemas respiratórios, cegueira e problemas no sistema nervoso) Esses são submetidos ao caminho do medalhão, uma prova do qual os candidatos devem subir até o altar dos elementos aonde encantarão seu medalhão, isso faz com que o medalhão tenha um sentido além de identifica-los, os medalhões reagem a magia e coisas sobrenaturais (na presença de monstros, ou alguém que possa estar usando um feitiço de ocultação).

E mesmo depois de todo o treinamento, e terem sobrevivido as mutações, pouquíssimos Witchers vivem pra contar história, muitos dos Witchers morrem em contratos simples contra "nekkers" ou "drowners".


Além disso, Witchers tem outras características básicas, porém marcantes:


  • Estilo de combate: podendo variar dependendo da escola da qual são treinados, todos são treinados em um estilo de combate ágil, sem escudos ou armaduras full-plate, Witchers carregam espadas com cerca de um metro e meio de altura e de lâmina leve.

  • As famosas Espadas de Prata: todo o Witcher tem duas espadas - a espada comum feita de aço, para durar mais e usada para lutar contra humanos ou humanoides (lobos, cães selvagens, ursos, etc...) e a espada feita de prata, essas espadas são designadas para matar monstros. No geral, a maioria dos monstros pode ser morto ou afastado por uma lamina de prata, nos livros a população de monstros é extremamente baixa em comparação aos jogos, então para não atrapalhar a movimentação nas lutas, Geralt deixa sua espada de prata junto ao equipamento para monstros no Rouch ou Plotka (sua égua), mas existem outras maneiras de se matar um monstro sem ela, Ciri por exemplo não tem a famosa espada de prata, e em um momento mata um lobisomem com a lamina comum, usando apenas uma óleo preparado para matar lobisomens.

Na serie, o Geralt utiliza somente uma espada por estar em processo de evolução. Os produtores já revelaram que o personagem ira ter as suas duas espadas caraterísticas

    Muitas vezes durante os jogos e os livros, os humanos se referem aos Witchers como “mutantes” ou “não-humanos”, já que a maioria das pessoas vêm os Witchers como aberrações ou monstros, assim como elfos e anões. Isso se torna mais intenso durante o terceiro jogo, no qual, vou explicar o motivo mais pra frente - na segunda parte do nosso especial.






    Até agora, falamos bastante sobre o que são os Witchers, embasando principalmente nos livros. Mas a franquia se tornou consagrada com a sua entrada na industria de games. Em 2007, a CDPR lançou o primeiro jogo da saga The Witcher, na época a produtora era minúscula no mercado, então o jogo acabou sendo desenvolvido pela CDPR, mas publicado pela Atari na época.

    Por conta de um baixo orçamento e pouco conhecimento do público em geral sobre a saga de livros de Andrzej Sapkowski, a editora não tinha como competir com gigantes como Crysis que chegava no mercado, e era referência em gráficos, ao invés disso apostou suas fichas em uma história rica e no bom e velho elemento de RPG.

    The Witcher se passa ao final dos livros de Andrzej Sapkowski, então sim, se possível leiam os livros antes pois é um spoiler, o jogo tinha uma excelente história, mas o gameplay além de confuso era difícil por conta dos comandos, mas não era impossível de conseguir jogar, mas precisava de um esforço.

    O jogo começa com Geralt sendo encontrado sem memória e trazido a Kaer Morhen, a fortaleza dos bruxos da escola do lobo, depois de um tempo que Geralt retorna se recompõe, Kaer Morhen é atacada, dando início a um tutorial. Durante o ataque Leo, um Witcher em treinamento acaba sendo morto, e seu assassino consegue fugir por um portal levando uma porção de manuscritos dos Witchers, então Geralt junto com Triss decidem irem atrás do assassino, e nesse caminho tentar recuperar a memória de Geralt.

    O primeiro jogo de The Witcher foi aclamado por crítica e público, e foi amado por fãs dos livros, o jogo conseguiu adaptar muito bem os livros, e ainda manter sua própria marca no jogo, o universo de Andezej Sapkowski chamou a atenção do público em geral, a aprovação do público rendeu uma continuação com um orçamento bem mais vasto e além disso alavancou as vendas dos livros.




    Já em 2011, 4 anos depois do lançamento do primeiro jogo da franquia, CDPR retornou com a continuação do jogo, contava com um motor gráfico novo, uma nova mecânica de combate que atraiu muito mais jogadores.

    O universo em geral foi mais explorado, a variação de monstros aumentou gradativamente, a trilha sonora recebeu uma maior caprichada, o combate se tornou muito mais dinâmico e rápido.

    Com o subtitulo de "Assassins of King", o segundo game  se passa após o termino de The Witcher 1, Triss e Geralt estão trabalhando com o rei do reino da Temeria, Geralt começou a recuperar sua memória, com a ajuda de Triss, Geralt vem tendo flashbacks do seu tempo em que esteve desaparecido, Yennifer está desaparecida, assim como Ciri, o jogo começa com Geralt sendo interrogado por Vernon Roche, comandante e guerrilheiro das forças da blue stripes, uma divisão militar da Temeria, Geralt é interrogado a respeito do assassinato do Rei Foltest, o prologo se passa no tempo em que Geralt conta a Roche como Foltest foi morto na invasão para buscar seus filhos bastardos. Geralt estava como guarda pessoal de Foltest e acaba sendo considerado um regicida, e aceita ajudar Roche e a blues-stripes a encontrar o assassino com a ajuda de Triss também tenta recuperar o resto de sua memória para encontrar Yennifer e Ciri.

    Novamente CD Projekt Red acerta, o jogo é novamente aclamado por público e crítica, e começa a se tornar referencia nos jogos de RPG. CDPR trouxe uma trilha sonora excepcional, uma história ainda melhor que seu antecessor, e ampliando ainda mais os contratos de bruxo dando uma alavancada no fator investigativo, e ainda vinha com mapas mais abertos que seu antecessor, e rendendo muitas horas de gameplay, o jogo então rendeu um terceiro jogo, do qual falaremos dele -  e também suas dlcs - em um outro dia, na segunda parte do nosso especial.

terça-feira, 24 de março de 2020

Se eu não gosto, logo é ruim?

Texto escrito por Bruno Boldrin
(Enviado para o redator logo após ao compilado do Superbowl, mas o redator foi um preguiçoso então, fogo no redator)


Você provavelmente tem algum jogo ou obra em mente do qual você vê como superestimado, no qual muita gente o endeusa, e você se pergunta: "como tanta gente consegue gostar dele?". E, é claro, provavelmente você ama um jogo ou obra que todo mundo diz ser superestimado.

Então, se você não gosta daquilo, logo, aquilo é ruim?



PARTE 1 - O QUE EXATAMENTE TORNA UM JOGO BOM OU NÃO?


Talvez seja bem mais difícil se tratar sobre isso, pois a indústria se expandiu tanto, que hoje em dia é comum ver gente julgando um jogo como “ruim” ou descascando um jogo, quando muitas vezes apenas se trata de uma opinião pessoal, as vezes o jogo simplesmente não é feito pra você. Um problema que temos com jogos é que muitas vezes temos pessoas com experiências extremamente diferentes umas das outras. Irei citar um exemplo - vamos falar de Batman: Arkham Origins.

Esse é o tipo de jogo que provavelmente dividiu muitas e muitas opiniões. E no fim das contas... ele é bom ou não?
Batman: Arkham Origins é o exemplo de um jogo que começou mal, muito mal, mas hoje em dia é um jogo excelente. Em retrospecto, ele é o terceiro jogo da saga Arkham, (onde para muitos, é o pior da saga) e as primeiras pessoas que o jogaram chegaram a considerar até mesmo como um jogo "spin-off". Tudo isso porque Batman: Arkham Origins passou por problemas antes mesmo de serem lançado. Isso por que quando o game foi anunciado, a Rocksteady - que até então era a única desenvolvedora dos jogos da saga Arkam - havia anunciado que não estava na equipe de desenvolvedores para Batman: Arkham Origins. 
Mas com o primeiro trailer do jogo liberado em 2013, o jogo levou o hype dos fãs as alturas, tirando esse primeiro desgosto em cima da nova desenvolvedora. O trailer - feito em CG - apresentava um Batman que antecede o ultimo Batman visto em Arkham City, e traria como vilões principais, Deathstroke, Black Mask, Deadshot, Bane até mesmo Lady Shiva.

O visual dos dois vilões foi um atrativo para os fãs, por permanecer ao estilo que a primeira desenvolvedora vinha trazendo aos seus jogos
Algumas mudanças foram anunciadas também na questão da dublagem em relação aos jogos antigos. Kevin Conroy e Mark Hamil, responsáveis pelas dublagens de Batman e Coringa desde as séries animadas foram trocados por Roger Craig (Chris da saga Resident Evil) e Troy Baker (Joel de The Last of Us). E não ficaram ruim, Troy em seu canal com Nolan North até disse uma vez que foi criticado pelos fãs dizendo que seu coringa era muito parecido com o de Mark Hamil, como se fosse algo ruim (????????), por outro lado Troy se defendeu dizendo que era a intenção dele, pois era um "prequel", então sim, ele fez o mais parecido possível, e fez muito bem feito.
Agora sobre Roger Craig, o seu Batman teve uma proposta diferente. Ao contrário de apresentar um Batman como o de Arkham City, onde Kevin Conroy apresentou um Batman mais calmo, de poucas expressões e extremamente frio e calculista, Roger Craig apresentou um Batman muito mais agressivo (que chegava a bater em seus inimigos muito mais do que o necessário, ameaçando, fazendo caras e bocas, agindo de maneira impulsiva muitas vezes, sem imaginar como exatamente executaria os planos, e assim se colocando muitas vezes em perigos desnecessários). Esse "novo" Batman, em alguns pontos chega até mesmo a discutir com Alfred, do qual já não apoiava a ideia de se tornar um vigilante, e que estava se expondo a riscos desnecessários. Muitas pessoas reclamaram sobre isso, alegando que o Batman era muito diferente e o Coringa muito parecido com os anteriores, e eu não preciso dizer que esse tipo de coisa é puro hate. Enfim, existiam sim problemas mecânicos para as pessoas passarem raiva com o jogo, e negativarem o mesmo na Steam e irem aos holofotes falar do jogo. Batman: Arkham City quando foi lançado, teve tudo o que Arkham Asylum teve e aprimorou suas mecânicas. Um mapa jogável muito maior, mais mecânicas de stealth e combate, mais upgrades para o traje do Batman e seus gadgets, mais personagens para trama, e principalmente uma campanha com um final "breathtaken".
Batman: Arkham origins foi lançado alguns anos depois, e manteve praticamente tudo que o anterior tinha, mas sofreu com fatores como uma piora nas reduções gráficas, expressões faciais dos personagens, as mecânicas de combate não melhoraram tanto, e o jogo saiu com bugs que o quebrava. E antes que alguém diga “não existem jogos sem bugs”, eu concordo, mas existe uma grande diferença entre um bug simples onde você pode até mesmo “ignorar” e um bug que trava você em uma ventilação de ar, não te deixando ir ou vir, te forçando a dar reset no jogo, e esperar por uma atualização para conseguir passar no jogo. 
    Agora que tivemos essas duas situações de experiencias diferentes, hoje em dia o jogo é totalmente jogável - a maioria dos bugs foram retirados, ou seja, o jogo te entrega uma campanha excelente do morcego, apesar do downgrade gráfico - e você pode pagar no jogo cerca de R$9,99 em uma promoção da Steam. 
    Ou seja, você tem um jogo Triple-A que, basicamente, é uma aventura extra para os jogos Arkham por um preço extremamente acessível. O que eu quero dizer é que apesar dele ser "inferior", para quem pagar apenas R$9.99, e compre com o gostinho de “quero mais” que você tem ao terminar os outros dois, assim como pode ser uma excelente porta de entrada pra quem não conhece a franquia. 

 AGORA VAMOS VER O OUTRO LADO DA MOEDA

"Peço perdão pelo trocadilho" - Redator

Batman: Arkham Origins, como eu disse, teve inúmeros problemas que o tornaram injogável, ou seja, o suficiente para você esquentar a cabeça com problemas e acabar pedindo um “refund”, ou simplesmente abandonando o game sem nunca finalizar por sentir que está tendo uma péssima experiência. Pense comigo, um jogador jogou Arkham Asylum e Arkham City, viu a evolução gráfica e mecânica de um jogo por outro, então esse fã, viu o anúncio de Batman: Arkham Origins sendo feito com um CG apresentando Deathstroke lutando com Batman, e logo pensa, “vai ser um baita jogo, melhor que os outros dois”. Assim pelo menos deveria, já que a empresa lucrou com os últimos dois jogos, você espera que eles invistam o dinheiro ganho para evoluir tudo que o último jogo tinha. E com isso o jogo tenha tudo que o último tinha, porém mais bem trabalhado, com mecânicas novas, movimentações fluídas, efeitos gráficos melhores, etc, etc...
Porém o jogador que já estava no hype pelo jogo, vai e compra na pré venda, e paga um valor de normalmente por um jogo Triple-A como esse, de mais ou menos R$350 fácil, e descobre que o dinheiro que ele deu pra empresa no último jogo não serviu de nada, e eles decidiram lançar um jogo novo, com mecânicas piores que seu antecessor, e apesar dele gostar do jogo pois possui uma mecânica bem parecida com os outros, ele vai se estressar tanto com as mecânicas bugadas e “glitches” que o fazem reiniciar o jogo pois ele está quebrado, que ele vai abandonar o jogo e pro resto da vida dele ele vai responder “Arkham Origins é um spin-off, totalmente quebrado e injogável, não recomendo a ninguém”, mesmo com o jogo estando com um valor muito mais acessível e jogável.

PARTE 2 - OUTRO EXEMPLO DE JOGO COM HISTÓRICO DE ÓDIO E AMOR PELOS JOGADORES



The Division foi um jogo que até hoje bom, que até hoje em dia é considerado como um jogo ruim, pra alguns até mesmo um dos piores que já existiu. Ele não é um jogo ruim, mas é claramente um dos jogos mais polêmicos da história. The Division foi um jogo da Ubisoft que atraiu a atenção dos jogadores com seu primeiro trailer de gameplay em 2013. O gameplay apresentava gráficos excepcionais, efeitos de fumaça e neve inimagináveis pra época, uma ambientação rica em detalhes, com carros, montanhas de lixo, uma forma dinâmica de iluminação e muito mais.
Enfim, o jogo até apresentou essas coisas.
“Ok, então qual é o problema?” O problema foi que o jogo trouxe essas coisas em uma escala muito menor, as ruas estavam sim com uma boa ambientação, mas nada comparada as que foram apresentadas. Os gráficos eram legaizinhos, mas comparado com outros jogos do mesmo ano era bem sim pior que seus concorrentes, e nada de tirar o fôlego como estava na gameplay apresentada na E3.
A questão é The Division é um excelente jogo coop de ação em terceira pessoa, para jogadores fãs de Destiny e Borderlands provavelmente vão gostar do jogo, e se você tiver outros dois amigos pelo menos, o jogo consegue ser excepcional. Porém voltamos no mesmo problema em que Batman teve, talvez até pior, os jogadores hyparam o jogo em um nível inimaginável depois da apresentação, e compraram um jogo a preço cheio, esperando aquele nível de detalhes anunciado... e não tiveram, ocasionando em uma revolta imensa em cima do jogo e da empresa.

PARTE 3 - VAMOS ABORDAR ALGO MAIS POLEMICO




Lançado em novembro de 2019, Death Stranding talvez tenha sido o jogo que mais dividiu o público, criando inúmeras discussões desde sua primeira apresentação em gameplay, até o anúncio de que o jogo estaria concorrendo ao TGA (The Game Awards) de melhor game do ano. O jogo foi desenvolvido por Hideo Kojima, mente por trás de um dos jogos mais importantes para indústria dos video-games que foi Metal Gear, do qual teve problemas com o estúdio no último jogo o forçando a abandonar o projeto do jogo até então chamado de P.T. um jogo de terror que teria como protagonista Norman Reedus. Com o cancelamento do jogo, e a saída de Kojima do estúdio, Kojima teria anunciado tempo depois que estava trabalhando em outro jogo com um estúdio próprio, intitulado de Death Stranding. O jogo tinha trailers estranhos e que deixavam pontos de interrogação na cabeça de todos, simplesmente ninguém entendia do que se tratava exatamente do jogo até seu trailer de lançamento. O elenco apresentado para o jogo, talvez seja um dos mais ambiciosos já vistos, o jogo trazia nomes como, Guilermo del Toro; Mads Mikkelsen; Léa Seydoux; Troy Baker (olha ele aí novamente), entre outros. Enfim, quando o jogo foi lançado, acabou sendo um tremendo divisor de águas... alguns jogadores fizeram piadas e criticaram o jogo dizendo que se tratava de um “walking simulator”, pois o jogador passava o jogo inteiro apenas fazendo entregas. Basicamente, o jogo realmente é fazer entregas, do que se traz ao contexto da história que o jogo se passa, a questão é, essas entregas são complicadas, te forçando a levar equipamentos, e construções deixadas por outros jogadores para chegar ao seu destino. Sim o jogo tem um sistema de combate, e os EPs que seriam os pontos altos do jogo chegam a um ponto onde os jogadores se estressam e resolvem ignora-los, a um ponto de se tornarem irritantes. O jogo ser legal ou não, vai depender de que tipo de jogo você espera jogar. Você procura um jogo de ação, com uma história frenética como Call of Duty ou Gears of War ? Então provavelmente você vai considerar Death Stranding um jogo ruim, e provavelmente vai sair por aí dizendo pra todos, “como um jogo em que você só anda, e os combates são chatos e massivos pode concorrer ao game do ano?”. Agora se você procura, um jogo com enredo consideravelmente complexo, um jogo com elementos plataformas, e não se importa em “andar” por algumas horas sem entrar em combate nenhum... bom então você provavelmente é o cara que vai apoiar a ideia de Death Stranding no TGA.

EM QUE PONTO, EXATAMENTE, EU QUERO CHEGAR FALANDO DESSES JOGOS?
Quero chegar no ponto aonde você entenda, que videogames não tem uma “fórmula” de criação, uma lista a ser cumprida de exigências e etc. Quando pensamos em outras plataformas de entretenimento, a principal intenção é dar uma experiência a pessoa que o está comprando. Temos diversas maneiras de, e cada uma com um elemento... e talvez, vídeo-games sejam a ferramenta com a melhor forma de fazer isso.
Quando é escrito um livro, a ferramenta de desenvolvimento para essa experiência é a mente do leitor, então o autor descreve de maneira detalhada os acontecimentos daquela história para que o leitor montar essas imagens em sua mente, e essa ferramenta é poderosa, pois você pode escrever sobre batalhas inimagináveis, das quais você jamais iria poder expressar em um filme, isso porque estamos falando de uma mente, algo que não precisa de orçamentos horrendos e uma boa atuação, mas apenas uma boa descrição.
Com vídeo games é a mesma coisa, os vídeo games quando chegaram ao mundo, eram vistos como um “brinquedo de criança”, e até mesmo é hoje em dia, porém esses jogadores cresceram, e uma indústria que tinha como público alvo, os jovens e crianças, teve de se adaptar para agradar uma massa de fãs ainda maior. E os avanços com essas tecnologias, chegamos ao ponto de que temos “N” diferentes tipos de jogos para serem explorados.
Alguns utilizam os elementos de gameplay para auxiliar suas histórias, outros usam direção de arte exclusiva para se diferenciarem em suas plataformas, outros preferem dar opção de inúmeras situações e escolhas na mão do jogador, para que de certa forma ele molde o final daqueles personagens, com suas proezas e consequências, criando assim uma tensão que não um livro ou um filme talvez não consiga te dar. E como eu disse, você provavelmente quando vai comprar um jogo considera alguns elementos para dizer o que faz ele cair na sua graça. Ação, aventura, rico em história, elementos visuais, jogos role play, jogos realistas, a lista não para simples assim.

PARTE 4 - SÓ UM ULTIMO EXEMPLO: O QUE ACONTECEU NO TGA DE 2016, ALGUÉM LEMBRA?
Pois é, polêmico assim como o de 2019, no TGA de 2016 Overwatch desbancou a vitória que pra muitos era certa de game do ano de Uncharted 4: A Thief's End.
E as discussões em redes sociais começaram logo em seguida, alguns alegando que “onde já se viu um jogo sem NENHUMA história, que se sustenta apenas em um multiplayer, ganhar um game do ano”. E outros diziam “Uncharted é o mesmo game desde o primeiro, Overwatch apresentou um novo modelo de jogo”.
A questão é que pessoas têm experiências diferentes umas das outras. Falando de mim agora... Eu sou fã da saga Uncharted, desde o primeiro jogo, amei todos, um a um e porquê? Porque eles me proporcionaram uma experiência excepcional, uma trilha sonora espetacular, uma ambientação de tirar o fôlego, personagens bem construídos e que tem química entre eles, você sente medo por eles, você ri com esses personagens, você perde o fôlego em cenas de ação, que mesmo que “scripted” como muitos alegavam, ainda sim são uma experiência.
Por outro lado, Overwatch não caiu no meu agrado, me vi passando minutos para encontrar partida, pessoas dando "rage-quit" nas partidas, os personagens não me cativaram, enfim... simplesmente Overwatch não foi feito para mim, assim como Counter-Strike, assim como Rainbow Six - Siege. Os dois proporcionam experiências de tirar o fôlego, mas nem sempre para todos, e isso não é motivo para você sair gritando por aí indignado pois seu jogo não ganhou um prêmio de melhor do ano. Você está vivendo em uma época onde um equipamento pode te dar inúmeras experiências diversificadas que talvez nenhuma outra forma de entretenimento consiga, aproveite isso ao máximo e entenda que as vezes ele só não é feito pra você.
Até mesmo jogos com lançamentos desastrosos como No Man’s Sky, pode se tornar agradável, jogos como Batman: Arkham Origins podem ser corrigidos, quando jogos como esses são lançados e os fãs reclamam, eles reclamam com razão, eles pagaram pelo produto e muitas vezes pagaram muito caro, gerando revolta e muitas vezes fazendo que esse jogador continue odiando o jogo mesmo quando ele se tornou algo completamente novo.
Enfim meus jovens padawans, obrigado você que reservou seu tempo para ler até aqui, tenha menos ódio nesse coração, lave as mãos com álcool gel, se hidrate e não de hate em um jogo que não caiu em seu agrado. E que a força esteja com vocês...